Classificação de café: como identificar e avaliar a qualidade!
A classificação de café é uma etapa essencial para garantir a qualidade e as características do seu café favorito. Além disso, te ajudará a garantir produtos de alta qualidade.
Neste artigo, vamos explicar o que é a classificação de café, quais os principais defeitos dos grãos e como eles afetam o sabor do café e a experiência final do consumidor. Vamos lá?
Conheça o grão do café
O café é uma bebida muito consumida por várias pessoas. No entanto, é comum nos esquecermos que o grão é, na verdade, um fruto obtido do cafeeiro, um arbusto selvagem nativo da África.
Assim, o grão do café tem uma estrutura mais completa do que imaginamos e que chega em nossas casas. Conheça cada uma dessas camadas a seguir:
Esquema morfológico da planta. Fonte: Curso Escola Educação
- exocarpo (casca): a casca é a camada externa que protege o grão. Embora não influencie diretamente no sabor, sua integridade é importante durante o processamento;
- mesocarpo (polpa): a polpa, ou mucilagem, é rica em açúcares e contribui para a doçura natural do café;
- endocarpo (pergaminho): o pergaminho é uma camada fina que envolve a semente e precisa ser removido antes da torrefação;
- semente (grão): o grão de café contém os compostos que, ao serem torrados, produzem os aromas e sabores que amamos.
Principais defeitos do grão do café
A classificação de café é feita a partir dos defeitos presentes nos grãos, que podem ser intrínsecos ou extrínsecos, sendo analisados a partir do nível de gravidade apresentado.
Você sabe quais são os defeitos do café e como classificá-los? Se a resposta for “não”, não se preocupe. A seguir, vamos apresentar quais são os principais defeitos do café.
Defeitos extrínsecos
Os defeitos extrínsecos são imperfeições ou impurezas encontradas na parte externa do grão do café, tais como: cascas, pergaminhos, pedras e paus. Em geral, eles surgem devido à falta de limpeza durante a colheita.
Defeitos intrínsecos
Já os defeitos intrínsecos estão relacionados diretamente ao grão do e impactam na qualidade final da bebida. Conheça alguns desses tipos de defeitos a seguir:
- grão preto: esse tipo de grão é resultado de colheitas atrasadas ou do contato prolongado com o solo, desencadeando um processo de fermentação indesejável;
- grão ardido: este grão tem uma coloração marrom, causada pela colheita tardia, pela permanência prolongada dos frutos em solo úmido ou pelo manejo inadequado do terreiro e/ou secador;
- grão preto-verde (stinker): este grão tem um aspecto brilhante e enrugado, com a película prateada fortemente aderida. Esse defeito é causado pela secagem dos grãos em temperaturas elevadas;
- grão brocado: esse grão é danificado pela broca-do-café, uma praga que causa alergia no grão, resultando em furos que podem ter uma coloração preta ou azulada devido à presença de fungos. Essa praga está presente em casos de colheitas malconduzidas.
Classificação do Café pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café)
Como você já sabe, o café passa por um longo processo até chegar na sua casa ou nas cafeterias. E para apreciar um café superior, ele deve passar por etapas rigorosas, para que não haja defeitos nos grãos.
Diante disso, é utilizada uma tabela de classificação de café para identificar a qualidade dos grãos e classificá-los de acordo com o nível de defeitos que eles apresentam. No Brasil, essa classificação é feita pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café), que categoriza o café da seguinte forma:
Classificação de Café ABIC – Fonte: Minestrone
Café Tradicional
A ABIC considera o café tradicional aquele composto por café arábica, blends ou robusta, podendo apresentar até 20% de defeitos, como grão preto, verde, passado ou ardido. Sua nota varia entre 4,5 e 6,0 pontos.
Devido ao nível de impureza, esse tipo de café precisa passar por um processo de torra e moagem mais intenso, a fim de camuflar os defeitos, resultando em um pó mais fino e escuro, com um aroma não tão agradável e gosto mais amargo.
Café Superior
O café superior tem uma qualidade maior em relação à categoria anterior, contando com apenas 10% de defeitos entre os grãos. Por isso, sua nota varia entre 6,0 a 7,2 pontos.
No entanto, em relação à torra e ao sabor, ele é semelhante ao café tradicional e apresenta uma acidez baixa ou moderada, além de amargor moderado.
Café Gourmet
Por último, na classificação de café feita pela ABIC, temos o café gourmet, a categoria superior, produzida a partir de grãos selecionados, com um torra menos escura e mais controlada. A sua pontuação fica entre 7,3 e 10 pontos.
Segundo a escala ABIC, esse é o café com a menor presença de impurezas e, em geral, ele possui sabor e aroma mais suaves que os demais. No entanto, ainda é possível encontrar algum tipo de defeito em sua composição.
Café Especial
O Café Especial não entra na classificação da ABIC, porém ela é feita pela BSCA (Brazilian Specialty Coffee Association), uma escala que vai de 0 a 100. E para ser considerado café especial, ele precisa atingir uma nota superior a 80.
É importante ressaltar que o café especial é considerado o café com maior qualidade no mercado, e a BSCA realiza um processo de análise criterioso para classificá-lo.
Como a classificação afeta a experiência do consumidor?
A classificação de café influencia diretamente na experiência do consumidor. Isso porque é possível identificar a qualidade da bebida que está sendo consumida e comprar o melhor café.
Agora que você sabe como a classificação de café é feita, te convidamos a explorar a nossa loja virtual da Bicafé e conhecer a ampla variedade de cápsulas. Desfrute de um café de qualidade no conforto da sua casa com a Bicafé!
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